quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Genéricos


Desculpem-me os profissionais sérios, éticos e corretos, mas em todas as profissões há ovelhas negras. Na medicina não seria diferente. Certamente você já ganhou do seu médico uma amostra grátis de um medicamento, não é? Ou ainda já se deparou com os representantes das indústrias de remédios pedindo para serem recebidos rapidamente pelo médico, mesmo que você, que está com hora marcada, fique esperando. Isso á comum, virou hábito e ninguém diz nada.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, divulgada em 23 de agosto de 2011, revela que 46% dos médicos ainda têm dúvidas sobre a eficácia e a segurança dos genéricos. Dizem que o processo de avaliação e controle de qualidade seria menos exigente do que o do de medicamento de marca. Será? Por que não fazem a pesquisa baseados em exames de saúde de pacientes que usam genéricos e assim analisam se o medicamento fez ou não efeito?

A sociedade já tem tantas dificuldades para manter os cuidados com a saúde que fantasiar em torno de um assunto como esse é muito sério. Independente de quem foi o pai da ideia, os genéricos já estão há 10 anos no mercado e nunca ouvi falar de alguém que tenha morrido por ter escolhido tomar genérico ao invés de pagar caríssimo pelos produtos de marca. Ou será que estou enganada?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

É fato

Pois a Associação Gaúcha de Supermercados fez uma pesquisa para saber quais os produtos que têm sua vendas diminuídas no inverno aqui no Sul.  Descobriram que cerveja e inseticida vendem 30% a menos, assim como as frutas e verduras, cuja saída diminuí 8%. Até aí, normal não é? Quem não troca uma loira gelada por um bom vinho? E quem não prefere os pratos quentes e calóricos a folhas verdes? No frio, queremos pão, massa, molho branco e queijo, muito queijo. Alface, rúcula, tomate... Isso é coisa de verão. 

Mas a tal pesquisa destaca uma curiosidade: As vendas de sabonetes diminuem 5%. Essa informação nos faz pensar que cinco pessoas em cada 100 não tomam banho quando estão com frio... Conhece alguém que faça parte desse time? Pois bem, deve ser algum forasteiro que não estava habituado com o minuano desde que nasceu, ou ainda algum gaúcho desgarrado que desacostumou ao rigoroso inverno dos pampas...

domingo, 21 de agosto de 2011

Sempre é tempo


Você sempre quis fazer aula de dança, mas acha que já passou do tempo? Sonhava em viajar de mochila nas costas e roteiro no bolso, mas desistiu? Muitos obstáculos? E aquele vício maldito, será mesmo impossível deixá-lo para valer? Por que não mudar de vida, de visual, o trajeto até sua casa? Preguiça, acomodação, falta de tempo, medo?

Às vezes nos acostumamos tanto com as coisas e nem notamos que se ajustarmos um pouquinho daqui e empurrarmos outro pouquinho para lá, ficaria bem melhor. Há anos, Porto Alegre sofria com os congestionamentos no Túnel da Conceição, e todos ficaram assustados com a notícia de que as obras para revitalizá-lo durariam mais de ano. Mas graças às alterações no trânsito, a Rua Garibaldi mudou o sentido e aliviou o fluxo de carros até a Rodoviária. Por que não pensaram nisso antes?

Estava caindo de maduro, diriam... Pois o Brique da Redenção também tem novidades. Depois de mais de 30 anos, os expositores do setor de antiguidades resolveram não dar mais as costas ao parque que os acolhe e mudaram a disposição de seus produtos.  Ficou muito melhor, a calçada tem mais espaço, a rua está totalmente fechada para carros. Por que não pensaram nisso antes? Sempre é tempo...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Exemplo de honestidade


Confesso que nunca tive muita proximidade com os ensinamentos japoneses, muito menos com a cultura e a culinária desse povo. Também não me imagino fazendo turismo por terras tão distantes, mas os admiro. Eles já passaram por duas bombas atômicas, convivem com terremotos diários e ainda assim vão ao trabalho e frequentam as escolas. 

Há alguns meses, o litoral japonês foi atingido por um devastador tsunami, que apesar dos estragos e centenas de vítimas, deixou como pior herança a radioatividade que se estenderá a várias gerações. Mesmo assim, eles continuam firmes e fortes, com seus tradicionais semblantes de paz. 

E melhor, honestos. Não se escuta nada a respeito de desvio de verbas para construção de pontes devastadas, aliás, até se elogia o pronto estabelecimento da infra-estrutura pós-tragédia, onde ruas tiveram asfalto recolocado em menos de 24 horas, telefones e luz elétrica reativados. 

Hoje tive mais orgulho dos japoneses... Li que o dinheiro encontrado em milhares de carteiras perdidas, em casas destruídas, em cofres deixados para trás durante o tsunami, estão sendo devolvidos aos seus donos, ou familiares. Cerca de US$ 78 milhões já estão com os devidos proprietários. Sorte? Não, honestidade. Palavra rara...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Onde estão as panelas?!

Não sei o que acontece, mas a cada dia somos fuzilados de notícias sobre desvios de dinheiro público, sobre servidores fantasmas, laranjas e políticos sem vergonha que fazem o que querem com o dinheiro do povo e ninguém faz nada. Por que vivemos nessa inércia? Por que nos acostumamos com a corrupção? Por que não fazemos nada? Por que não levamos o voto a sério? Por que não acreditamos nessa democracia?

Em outros países do mundo, por atitudes muito menos invasivas aos cofres públicos, as pessoas se unem, pegam suas panelas e saem a protestar. É o jeito delas, mas e cadê o nosso? Ninguém mais acredita em nada, cada um só quer saber de si mesmo. Se tiver a gorjeta do governo todo o mês, tudo está tranquilo. Que roubem o que quiserem afinal, recursos é que não nos faltam com a carga de impostos que pagamos.

Coisa bem triste é a banalidade da sem-vergonhice. Coisa bem triste é passar por uma obra onde os trabalhadores comem marmita fria, arroz e feijão - sem carne porque está muito caro, passando frio e ganhando muito pouco, mas conversando e dando risada sobre a roubalheira nacional. Coisa triste é ver gente bem educada, com acesso a informações de todos os tipos e também achando graça da desgraça brasileira. Qual é a graça? Que loucura é essa?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Tudo é possível

Já dizia a minha avó que é de onde a gente menos espera que as coisas surgem. Acho que dizia isso para que a gente não ficasse esperando muito das pessoas. Que lutássemos nós mesmos por aquilo que desejávamos. Sábias palavras... Pena que muitas vezes, esqueço. 

Nem imaginava, não esperava, mas a notícia foi animadora, sinal de que a vida segue, que as piores barreiras podem ser ultrapassadas. Eles não recebem ninguém, vivem isolados. Tremem quando algum animal passa por perto, olham com curiosidade o mais novo morador do condomínio. Crianças!? Que coragem... Sei que pensavam isso, não diziam, mas seus olhares de espanto e suas perguntas quando no elevador, demonstravam a curiosidade. 

Noites mal dormidas, fraldas, brinquedos pela casa, choro de cólica, choro de birra. Viroses, vacinas, comida saudável... Não é para qualquer um... E para o velho casal deverá ser ainda mais aventuroso. Sorte a eles, na vida nada é estável, ainda bem.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ficção I

O pessoal ali do lado não tem bons hábitos alimentares. Não cozinham, tenho certeza. Não sinto cheiro de nada que venha de lá. Nunca vi trocarem o botijão de gás, que aqui, infelizmente, não é encanado. Como sobrevivem? Do sol? Mas nem isso tem feito ultimamente. Estranho, muito estranho...
E a senhora ali de baixo? Vive só e há dias que não a vejo. Por onde andará? Às vezes me preocupo, mas deve estar fugindo do frio. Volta e meia se dá ao luxo de passar uma temporada em terras mais quentinhas, ao som do mar e à luz do sol profundo.
O silencio impera neste local. Barulho apenas do vento e das janelas dos vizinhos que teimam em não deixá-las fechadas em dias de vento. Qualquer hora caem. Mas quando? Já faz tantos anos que não mudam esse comportamento...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ai que saudades de ti, verão...


Já ouvi dizer que lugares frios têm desenvolvimento social e econômico superior aos locais onde o calor impera. Dizem que as pessoas ficam mais dispostas... Mas será? Acho que depende de cada um. Tem gente que gosta do frio. Acha até romântico andar com muitas roupas, casacos, bota, touca e luvas. Beber vinho, comer fondue. Mas tem outros que detestam.

Nada melhor do que andar na rua com uma roupa leve, comer sorvete, picolé e beber um suco bem gelado! Nada mais vivaz do que sentir vontade de passear, de praticar atividade física, de caminhar na praia, de se jogar no mar! Coisa bem boa tomar banho frio, andar de pé descalço, descansar sob a sombra de uma amendoeira. Coisa bem boa é horário de verão, acordar com os sabiás e ter disposição para prolongar o dia, seja num buteco, num restaurante ao ar livre ou na calçada. Ai que saudade...